sábado, dezembro 09, 2006
Sorriso
Olhares perdidos ficaram marcados. Os olhos vagaram pela sala e acertaram sem querer os meus. Sorrisos. Em mim a sensação estranha de deixar coisas para trás, me desvencilhar de mim mesma. De querer aprender a ser outra pessoa e ao mesmo tempo a mesma. Em mim o temor empolgante, o riso alegre, a ansiedade de voltar e começar outra vez.
porque é linda, porque é Milton Nascimento
Tristesse
Milton Nascimento
Composição: Milton Nascimento/telo Borges
Como você pode pedirPra eu falar do nosso amor
Que foi tão forte e ainda é
Mas cada um se foi
Quanta saudade brilha em mim
Se cada sonho é seu
Virou história em sua vida
Mas prá mim não morreu
Lembra, lembra, lembra, cada instante que passou
De cada perigo, da audácia do temor
Que sobrevivemos que cobrimos de emoção
Volta a pensar então
Sinto, penso, espero, fico tenso toda vez
Que nos encontramos, nos olhamos sem viver
Pára de fingir que não sou parte do seu mundo
Volta a pensar então
Como você pode pedir...
sábado, dezembro 02, 2006
domingo, novembro 05, 2006
Um pouco de Bertold Brecht
Do rio que tudo arrasta se
diz que é violento
Mas ninguém diz violentas as
margens que o comprimem
sexta-feira, novembro 03, 2006
Ela tinha medo, não queria. Não queria pensar, suas unhas roídas estavam feias. Fechou as mãos, abriu, queria não ter roído.
Ele sustentava o olhar, ela não esperava por isso. Quanto tempo haveria se passado desde que aquele intante, quando cruzaram o mesmo ponto em um corredor movimentado e ela se viu refletida nos olhos dele, começou?
Ela sentiu suas bochechas corarem, baixou os olhos, meio sem saber para onde olhar, fingiu que não sentia o olhar dele a seguir e foi...
Sorrindo.
sei que não há como saber. mas eu queria. das coisas que eu não posso saber, sobre isso e o amor era o que eu queria saber. qual é o meu máximo. isso existe???não deve existir...
terça-feira, outubro 17, 2006
terça-feira, outubro 10, 2006
Bukowski
segunda-feira, outubro 09, 2006
sexta-feira, outubro 06, 2006
Fugir de si mesma pela cidade lotada de gente.
Alguns pensamentos como esses passavam pela cabeça de uma das alunas daquela escola, naquela tarde. Frases que corriam soltas e que talvez não voltassem mais. Porque prestar atenção à aula já não era possível. E o dia tava tão bonito lá fora e o pé ardia, quente, dentro do tênis.
A grama estava mais fofa e a brisa mais fresca do outro lado da janela. O vidro. Ver através de algo é realmente estranho. Tão irreal, tão surreal. alguém corria do outro lado, outra pessoa gritava e os pássaros voavam, como que assutados. como que fugindo da tarde.
terça-feira, setembro 19, 2006
sexta-feira, setembro 08, 2006
Estávamos todos juntos. Sem notar, soltamos as mãos e nos deixamos cair, num sem fim profundoe o bastante para podermos sentir. Sem notar, estávamos a sós, mesmo tão perto. Queria poder encontrar de novo a felicidade, a paz que me completava, que firmava meus pés no chão e o céu sobre minha cabeça. Desabávamos.
segunda-feira, agosto 28, 2006
um pouco de : - um pouco de lenine
Paciência
Lenine e Dudu Falcão
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não para
Enquanto o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora vou na valsa
A vida é tão rara
Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência
O mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência
Será que é o tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara (Tão rara)
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Mesmo quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para(a vida não para não)
Será que é tempo que me falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara (tão rara)
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para(a vida não para não...a vida não para)
Ter cachorros, batizar os netos e depois morrer.
Tentar chegar a um consenso com você mesmo parece um tanto trabalhosos e ambas as partes tendem a concordar uma com a outra ao mesmo tempo em que parecem querer fugir uma da outra. viver com essa contradição. quer dizer, você vive?
eu vivo com uma contradição. Prepotência demais querer generalizar essa semi-realidade a você ou a qualquer outra pessoa em que você consiga pensar no momento.
Tentar chegar a um consenso sobre o que são as outras pessoas é deveras impossível. improvável, ao menos. Para mim, sim. Para você, é? E quando tentamos nos convencer de que talvez elas não existam .
quinta-feira, julho 27, 2006
um pouco de
silêncio
um trapo, um verso, um segundo. a janela aberta, com a cara pro mundo. a cara sorrindo a manhã, serena. menina corre. menina, corre. à toda velocidade e o tempo já não podemos mais contar. já não conseguimos mais parar o tempo. vida frenética. velocidade.
silêncio.
paródia melancólica, melancolia paradisíaca, paraíso silencioso.
Imagem: blogs.ya.com/webandaya/200411.htm
Originalmente postado no Rabisco Zero
quarta-feira, julho 19, 2006
um pouco de Arnaldo Antunes
Arnaldo Antunes
Saiba: todo mundo foi neném
Einstein, Freud e Platão também
Hitler, Bush e Sadam Hussein
Quem tem grana e quem não tem
Saiba: todo mundo teve infância
Maomé já foi criança
Arquimedes, Buda, Galileu
e também você e eu
Saiba: todo mundo teve medo
Mesmo que seja segredo
Nietzsche e Simone de Beauvoir
Fernandinho Beira-Mar
Saiba: todo mundo vai morrer
Presidente, general ou rei
Anglo-saxão ou muçulmano
Todo e qualquer ser humano
Saiba: todo mundo teve pai
Quem já foi e quem ainda vai
Lao Tsé Moisés Ramsés Pelé
Ghandi, Mike Tyson, Salomé
Saiba: todo mundo teve mãe
Índios, africanos e alemães
Nero, Che Guevara, Pinochet
e também eu e você
-------------------------------Ps.: ouçam essa música interpretada pela Adriana Calcanhoto
terça-feira, julho 18, 2006
algumas palavras
um pouco de Henriqueta Lisboa
Henriqueta Lisboa
A menina selvagem veio da aurora
acompanhada de pássaros,
estrelas-marinhas
e seixos.Traz uma tinta de magnólia escorrida
nas faces.
Seus cabelos, molhados de orvalho e
tocados de musgo,
cascateiam brincando
com o vento.
A menina selvagem carrega punhados
de renda,
sacode soltas espumas.
Alimenta peixes ariscos e renitentes papagaios.
E há de relance, no seu riso,
gume de aço e polpa de amora.
Reis Magos, é tempo!
Oferecei bosques, várzeas e campos
à menina selvagem:
ela veio atrás das libélulas.
terça-feira, julho 11, 2006
ah...um pouco de calor e de mim
as saias rodopiando, as janelas abertas deixando o dia entrar...
um pouco de calor
bobagem essa poesia hipócrita, orvedose de entendimento poético.
sábado, julho 08, 2006
Seu corpo doía. Era possível sentir cada músculo contraído. Respirava rápido, às vezes pensava sentir sua circulação, ouvir o sangue percorrer suas veias initerruptamente.
A repentina consciência de seu corpo lhe causou um estranhamento incomum. Prendeu a respiração, ainda mirando sua imagem pálida refletida. Pensava na realidade refratada. Pensava em suas unhas roídas, em como era viver dentro daquela casca e ser alguém.
uma mudança de perspectiva.
sexta-feira, julho 07, 2006
um pouco de Milton Nascimento
Notícias do Brasil
Milton NascimentoUma notícia está chegando lá do Maranhão
Não deu no rádio, no jornal ou na televisão
Veio no vento que soprava lá no litoral
De Fortaleza, de Recife e de Natal
A boa nova foi ouvida em Belém, Manaus,
João Pessoa, Teresina e Aracaju
E lá do norte foi descendo pro Brasil central
Chegou em Minas, já bateu bem lá no sul
Aqui vive um povo que merece mais respeito
Sabe, belo é o povo como é belo todo amor
Aqui vive um povo que é mar e que é rio
E seu destino é um dia se juntar
O canto mais belo será sempre mais sincero
Sabe, tudo quanto é belo será sempre de espantar
Aqui vive um povo que cultiva a qualidade
Ser mais sábio que quem o quer governar
A novidade é que o Brasil não é só litoral
É muito mais, é muito mais que qualquer zona sul
Tem gente boa espalhada por esse Brasil
Que vai fazer desse lugar um bom país
Uma notícia está chegando lá do interior
Não deu no rádio, no jornal ou na televisão
Ficar de frente para o mar, de costas pro Brasil
Não vai fazer desse lugar um bom país
quinta-feira, junho 29, 2006
um pouco de Bukowski
what can we do?
at their best, there is gentleness in Humanity.
some understanding and, at times, acts of
courage
but all in all it is a mass, a glob that doesn't
have too much.
it is like a large animal deep in sleep and
almost nothing can awaken it.
when activated it's best at brutality,
selfishness, unjust judgments, murder.
what can we do with it, this Humanity?
nothing.
avoid the thing as much as possible.
treat it as you would anything poisonous, vicious
and mindless.
but be careful. it has enacted laws to protect
itself from you.
it can kill you without cause.
and to escape it you must be subtle.
few escape.
it's up to you to figure a plan.
I have met nobody who has escaped.
I have met some of the great and
famous but they have not escaped
for they are only great and famous within
Humanity.
I have not escaped
but I have not failed in trying again and
again.
before my death I hope to obtain my
life.
---
porque não estou de bom humor hoje.
quinta-feira, junho 22, 2006
Teoricamente, a gente tem a ilusão de que um futuro é mais "prático, concreto", que outro. E futuro é uma coisa que não existe. Existe? Quer, dizer: dizem que existe mais que o presente. Se for para pra pensar, o presente não pode ser precisado matematicamente, a não ser que se trate de um presente muito longo. Presente longo? É presente ou não? porque agora é presente e agora e agora e agora e o primeiro agora já é passado Mas, é presente, ou melhor, era, porque mantive um padrão de agoras. O presente, então, é precisado quando um padrão se mantém por um certo tempo...tempo esse grande o suficiente para podermos medir. Mas ou se fala de tempo ou se fala de presente. porque presente não é exatamenteo intervalo entr o que passou e o que virá? É um instante infinitamente pequeno? Mas, se for pensar, entre as 20:52(meu presente) e as 20:53 existem inifitas frações do tempo.
O presente é infinito.