terça-feira, abril 10, 2007

ah, esse seu jeito tão bonido de dizer com o corpo como as coisas são deliciosas.

Do Zero

eles acordaram aquela manhã sem saber direito por que estavam ali; sabiam que a vida lá fora era um tanto caótica, mas insistiam em ficar ali, confortáveis, quem sabe suas mãos se alcançavam e seus cheiros eram confundidos; olhavam pro teto e tentavam sentir um a respiração do outro.
quer saber? não tinham a mínima intensão em saber de nada àquela hora. o relógio ao lado deles era digital: não fazia ecoar pelo quarto os passos certos do tempo. queriam; queriam mesmo estar ali. Aquela não era a casa cheirosa e cheia de boas lembranças que construiram em seus sonhos; não havia uma bela nascente nos fundos, nem pássaros para virem comer o arroz que caísse do prato no forro da mesa. A visão mais recorrente do por-do-sol era o engarrafamento típico das 17/18 horas. Mas, sim, por que não?, queriam estar ali, e dizer um ao outro o quanto se amam.
Não sabem se amanhã conhecerão os futuros pai/mãe de seus filhos, nem se se jogarão da ponte. Aliás, de onde estão vêem uma foto da ponte. Eles não sabem se o amor deles será, amanhã, mais uma canção num disco arranhado na vitrola. E não, talvez eles não saibam o que é vitrola.

10/01/2006

segunda-feira, abril 09, 2007

silêncio de mim mesma

Lembranças demais atrapalham. Embassam a vista, desconcertam. Palavras demais estragam, fogem, somem. Meu dia foi feliz, hoje. Falar demais cansa. E cada dia será feliz, para sempre. Amém.